sábado, 25 de fevereiro de 2012

Excesso de calor: Quando os sintomas nos confundem

O verão vai se aproximando do fim, porém o excesso de calor ainda é muito alto. Nestes dias que parecem estar cada vez mais quentes, muitas pessoas sentem alguns sintomas que podem deixar a dúvida: Existe algo diferente acontecendo ou é apenas o excesso de calor que provoca às vezes um mal-estar?
O clima quente não pode ser responsável por qualquer enjôo, tontura ou fraqueza. Essas sensações nem sempre estão associadas apenas ao calor e, mesmo que ele participe do processo que resulta no mal estar, nem sempre ele é o responsável direto por estes possíveis estados. 

Praticar atividades físicas neste calor também nos obriga a nos policiarmos melhor. Os exercícios promovem alterações momentâneas em nosso estado que pode se confundir com outros sintomas. Nestes dias quentes, as pessoas tendem a recorrer às piscinas, viagens à praia, entre outros destinos, e depois passam a relaxar nesses locais. Às vezes, a falta de hidratação e alimentação ideal ou nos horários habituais acabam passando despercebidos e com isso diminui a resistência do corpo a esse calor, promovendo alguns malefícios. A seguir, veremos algumas dicas de sintomas que parecem com aqueles que o excesso de calor pode provocar, mas que podem ser originados por outro motivo. 

Tonturas ou labirintopatias 

Os sintomas mais característicos são variações de forte tontura, vertigem e desequilíbrio do corpo. O labirinto é responsável por sua audição e seu senso de equilíbrio. Ele passa informações ao cérebro, que une os dados de visão e movimentação, principalmente do pescoço. Este circuito é o que faz você ficar em pé na boa e não cair. As causas podem ser genéticas ou aparecerem de repente, devido a condições de saúde, como colesterol desregulado, disfunções na tireóide, pressão arterial alta ou baixa e ansiedade, movimentos não habituais (quando você entra, por exemplo, num brinquedo que gira em alta velocidade no parque de diversões). Se você sentiu alguns dos sintomas citados, de pé ou sentado, olhe para um ponto fixo. Isso inibe os reflexos que geram tontura, já que o labirinto sempre toma como referência algo parado. Melhorou? Procure um médico para realizar exames e observar se foi apenas uma sensação de mal estar ou algum problemas mais grave. 

Pressão alta ou pressão baixa 

A pressão sanguínea parte de 120 x 80 mmHg, sendo essa a medida padrão. Caso aconteça alguma alteração que aumente esses valores, significa que suas artérias se enrijeceram mais que o comum ou que o volume do seu sangue aumentou, forçando-as. Isto pode acontecer de vez em quando ou com frequência, porém a pessoa tem chance de desenvolver hipertensão arterial em ambos os casos. Os sintomas que aparecem são a tontura, dor de cabeça contínua, dor na nuca, zumbido e palpitação. Se nunca teve problema de pressão, preste atenção para não se confundir, pois os sintomas são similares aos da pressão baixa. Passe na farmácia mais próxima para medir a pressão. Se confirmado que está alta, vá imediatamente ao médico.
A pressão baixa ou hipotensão está estabelecida em 90 x 60 mmHg ou menos. Algumas pessoas tem a pressão arterial baixa por genética, mas não se preocupe, pois ela não vira doença. Quando sua pressão é normal e ela diminui, trata-se apenas um estado momentâneo, em que a corrente sanguínea não leva quantidade adequada de oxigênio ao cérebro. Neste caso, a boca seca e bate mal estar, fraqueza, tontura, confusão mental, visão turva, desmaio. Uma das possíveis causas é o calor, afinal, sob alta temperatura, você transpira mais e os vasos sanguíneos dilatam, o que influencia a queda da pressão. Outras causas para a hipotensão são a hipoglicemia e desidratação. Em caso de crise, não precisa correr para o médico. Deite, deixando as pernas para cima e a cabeça mais baixa que o tronco, pois dessa forma o sangue vai à cabeça. Beber isotônicos, soro e sucos naturais também eleva a pressão rapidamente. 

Cansaço ou Overtraining 
Certo dia, você está mais estressado do que o normal, decide ir à academia e resolve malhar muito mais que o habitual. Isto é um problema grave, pois forçar exageradamente o físico por muito tempo e de forma repentina pode provocar alterações no organismo que pioram seu condicionamento. Os sintomas variam entre fadiga extrema, dor muscular, problemas com o sono e até mesmo arritmia cardíaca, pressão alta e mudanças bruscas de humor. Esses sintomas podem durar alguns dias, portanto controle-se. Exagerar nos treinos piora seu rendimento, deixando-o em overtraining. Não confunda esses sintomas com uma simples sensação de cansaço. 
Fica a dica: Atenção com esses sintomas. O calor pode fazer com que você julgue mal seus sintomas e não tome as devidas providências. Cuide da sua saúde. Saúde em primeiro lugar. 

Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor
na academia Saúde Activa.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Saúde completa e um carnaval de alegria

A prática regular de atividades físicas promove a todo praticante um bem estar completo. Para aqueles que se empenham durante todo o ano em suas rotinas de exercícios, manter o pique nas badaladas noites de carnaval é absolutamente normal, a agitação e a folia fazem parte da festa, porém não é só o condicionamento físico que deve ser preparado. Para estar pronto para a folia, todos devemos encontrar um estado total de bem estar, e isto inclui rotina de exercícios, descanso necessário, boa alimentação e uma preparação mental adequada.

Festejar quatro noites de carnaval é o mesmo que praticar quatro dias consecutivos de atividades físicas muito intensas, portanto em uma boa preparação, o planejamento, a alimentação e o respeito aos limites do corpo são dicas essenciais para aproveitar ao máximo.

Diminuir a intensidade da prática diária de exercícios na semana do carnaval é absolutamente recomendado para deixar o corpo com as energias carregadas. Treinos com aumento nas seções de alongamento são recomendados para evitar possíveis lesões. Após o carnaval, as atividades físicas devem ser introduzidas com seções de relaxamento e atividades aeróbias de baixa intensidade e baixo volume, ou seja, pouco tempo e exercícios que preservem mais as energias do corpo.

A alimentação é fundamental neste período. O carnaval é realizado no verão e nesta época do ano o excesso de calor e de pessoas no mesmo local pulando, dançando e cantando é imenso. Respeite seu corpo e dê intervalos para que você possa se hidratar e esfriar um pouco o corpo e relaxar a mente. Além disso, nosso sistema auditivo também precisa de descanso. Segundo a fonoaudióloga Renata Muniz, esse intervalo é também essencial para a saúde dos ouvidos. Ela diz que a cada quinze ou vinte minutos devemos sair do ambiente com som muito alto e descansar um pouco nossos ouvidos para que eles possam se restabelecer e assim evitar possíveis problemas.

Ter uma alimentação completa, hidratar-se durante todo o dia, não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas e policiar-se para não cometer exageros são as regras básicas para uma boa estadia e assim aproveitar no carnaval. No campo das atividades físicas é mais fácil ainda. Se você teve todo o ano para malhar muito e ficar em forma, aproveite a ultima semana antes do carnaval e a semana seguinte para atividades leves que ajudem a estar totalmente preparado para esta maratona de festas e muita folia. Se você não se preparou durante todo ano, não tente resolver tudo nos últimos dias, será totalmente inútil e você ainda pode acabar prejudicando seu carnaval. Relaxe e aproveite o carnaval e quando as festanças terminarem, comece o processo de preparação apara o carnaval seguinte. Você terá muito tempo até lá para estar a mil.

Para maiores dúvidas sobre alimentação procure um nutricionista. Se o problema é com sua rotina de exercícios, fale com seu professor de educação física e para cuidar da saúde dos ouvidos com as noites barulhentas de folia procure um fonoaudiólogo. Cuidar da saúde é essencial para um bem estar completo.

Fica a dica: Carnaval é tempo de alegria e descontração. Saber os limites do corpo ajuda você a aproveitar melhor a folia e se recuperar melhor para os dias seguintes. Cuide da saúde, pois assim ela cuida de você. Saúde em primeiro lugar.

Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor na academia Saúde Activa.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A eficiência da musculação para o envelhecimento

Depois de atingir a idade adulta, nosso corpo vai sofrendo com o desgaste e este processo é caracterizado como o envelhecimento. Ele pode ser entendido como a consequência da passagem do tempo ou o processo cronológico que o deixa mais velho. Costuma-se dizer que a única certeza que temos na vida é que a cada dia estamos ficando mais velhos, sendo esse o processo mais natural possível. Assuntos ligados ao envelhecimento populacional mostram que a idade média das populações tem aumentado nas últimas décadas e os efeitos sociais deste envelhecimento são enormes. Idosos apresentam diferentes necessidades frente à sociedade e aos governos, bem como, frequentemente, diferentes valores.

Alguns números interessantes mostram um desenvolvimento peculiar. Por exemplo, em 1996 existiam 7,6 milhões de idosos no Brasil. Hoje, existe uma estimativa cuja previsão é de que em 2020 esse número será 16 vezes maior. No Brasil, atualmente, 44% dos idosos acima de 65 anos são inativos. Doenças como a osteoporose, artrose, cardiopatias e diabetes aumentam significativamente sua probabilidade de aparecer com a inatividade física adicionada ao envelhecimento, além, é claro, da obesidade, que ainda não foi fixada por toda a área da saúde como doença, porém grande parte dos estudiosos já definem a obesidade como doença também. Os maiores problemas que o envelhecimento e a inatividade física promovem ao corpo são, sem dúvida, a diminuição das capacidades funcionais.

A força, devido à sarcopenia, que é a perda de massa muscular durante o processo de envelhecimento, diminui agressivamente após os 50 anos. A flexibilidade, pela falta de utilização do corpo, diminui exponencialmente e, com a queda da força e da flexibilidade, a capacidade aeróbia diminui, por que o trabalho motor fica mais comprometido e mais difícil de ser realizado.
Apesar de tantos outros benefícios proporcionados pela musculação, ainda percebe-se que, para maior parte do público, essa prática tem finalidades estéticas. Entretanto, os benefícios da musculação vão muito além da estética. É uma atividade que ajuda na diminuição do estresse, aumenta a interação social, combate o sedentarismo, a aterosclerose, controla a hipertensão arterial, obesidade, diabetes mellitus, osteoporose, entre outros. Musculação é um método efetivo para o desenvolvimento músculo-esquelético.

Sua prescrição é voltada para o desenvolvimento da aptidão física e favorecimento da saúde. Assim sendo, é possível verificar que, através da musculação, o idoso se torna mais independente para realizar tarefas e através dessa independência ele envelhecerá melhor, tanto fisicamente como mentalmente, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida.

A melhora na qualidade de vida do idoso praticante de musculação acontece, pois a independência funcional melhora da força, resistência, flexibilidade, agilidade e equilíbrio, que são importantes para a vida diária dos idosos, principalmente no ambiente doméstico, onde ocorrem muitos acidentes, com frequência as quedas. A saúde psicológica é importante na terceira idade, pois essa faixa etária torna-se muito frágil e, em função das perdas funcionais, ficam ainda mais vulneráveis aos acontecimentos familiares e sociais.

Os principais benefícios da musculação para os idosos são:

• Aumenta a autonomia funcional da pessoa;
• Permite retomar algumas atividades que já tinham sido abandonadas;
• Em muitos casos complementa ou substitui a ação de medicamentos;
• Fortalece os músculos e diminui a pressão sobre as articulações;
• Ajuda na prevenção de muitas enfermidades como hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade;
• Melhora a auto-estima ao inserir ou reinserir a pessoa em novas atividades.

Fica a dica: Saia deste estereótipo de envelhecimento inativo, pratique alguma atividade física durante toda a vida e chegue à terceira idade com o verdadeiro conceito de melhor idade. Cuidar de nossa saúde é a meta de uma vida plena e saudável. Saúde em primeiro lugar.

Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor na academia Saúde Activa.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Os riscos da hipoglicemia durante e após as atividades físicas

Hipoglicemia é o baixo nível de glicose no sangue. Ela acontece por que o corpo utiliza-se da glicose como subsídio para a produção de energia. A hipoglicemia está diretamente ligada à diabetes. 
Existem dois tipos de diabetes: o tipo 1 e o tipo 2. O diabetes tipo 1 é uma doença auto-imune caracterizada pela destruição das células beta produtoras de insulina. Para esses indivíduos que utilizam insulina para o controle da glicemia, a hipoglicemia é um fator de risco porque a ingestão de alimentos e a quantidade de insulina utilizada determinam o controle glicêmico. Quando falham em alguma refeição ou erram na dosagem de insulina utilizada, os diabéticos tipo 1 correm o risco de ter uma hipoglicemia. 

O diabetes tipo 2 é determinada por uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. Uma de suas peculiaridades é a contínua produção de insulina pelo pâncreas. O problema está na incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Por muitas razões, suas células não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sanguínea. O diabetes tipo 2 é mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e a combinação destes com a insulina. Neste avanço da doença, a probabilidade de uma hipoglicemia é aumentada. 

Normalmente, as crises de hipoglicemia acontecem quando os horários entre as refeições são muito extensos ou quantidade de alimentos a serem ingeridos não são o suficiente para o organismo. Pular algumas refeições durante o dia é um dos maiores causadores da hipoglicemia. Para as pessoas que não regulam suas alimentações em quantidades e horários adequados e principalmente para diabéticos, os exercícios físicos aumentam os riscos de hipoglicemia. 

Não se acha a glicose somente no sangue, mas também no fígado e nos músculos como uma espécie de reserva. Quando você se exercita, seus músculos usam essa reserva como energia. Quando essas reservas começam a secar, seus músculos usam a glicose do sangue, causando a queda dela na corrente sanguínea. O exercício permite com que os músculos e outros tecidos fiquem mais sensíveis à insulina. Após o exercício, o organismo tenta completar as reservas utilizadas e neste aspecto podemos ter a hipoglicemia após os exercícios. 
Na verdade, a glicose é a principal fonte de energia para o corpo humano. Para o nosso cérebro e tecido nervoso, o açúcar é a única fonte de energia. Portanto, a quantidade de açúcar no sangue deve ser mantida dentro de determinados níveis para assegurar o suprimento de energia. Diante de uma hipoglicemia, apresentamos dois tipos de sintomas. 

Os decorrentes da produção de adrenalina na tentativa de elevar a glicose são: 

• Tremores, ansiedade, nervosismo; 
• Palpitações, taquicardia;
• Sudorese, calor;
• Palidez, frio, languidez;
• Pupilas dilatada; 

E os decorrentes de pouco açúcar (glicose) no cérebro: 

• Atividade mental anormal, prejuízo do julgamento; 
• Indisposição não específica, ansiedade, alteração no humor, depressão, choro, medo de morrer; 
• Negativismo, irritabilidade, agressividade, fúria; 
• Cansaço, fraqueza, apatia, letargia, sono, sonho diurno; 
• Confusão, amnésia, tontura, delírio; 
• Olhar fixo, visão embaçada, visão dupla; 
• Atos automáticos; 
• Dificuldade de fala, engolir as palavras; 
• Ataxia, descoordenação, às vezes confundido com embriaguez; 
• Déficit motor, paralisia, hemiparesia; 
• Parestesia, dor de cabeça; 
• Estupor, coma, respiração difícil * Convulsão focal ou generalizada. 

O tratamento da hipoglicemia é feito basicamente com dieta, ou seja, controlando os horários das refeições e as quantidades ideais para cada organismo. Quanto a prática regular de exercícios, a alimentação deve ser elaborada para que possa suprir as necessidades básicas de energia durante e após a seção de atividades físicas. 

Caso sinta ou veja alguém com os sintomas da hipoglicemia, imediatamente ofereça algum alimento que forneça glicose, como por exemplo, um copo de suco, uma barrinha de cereal, um copo de refrigerante que não seja diet, um pedaço de chocolate, ou algum alimento que você saiba que contenha açúcar e que seja de uma absorção rápida. A hipoglicemia é muito perigosa. 

Fica a dica: controlar os horários e os tipos de refeições é talvez o ponto fundamental para combater a hipoglicemia. Caso você seja diabético, os cuidados aumentam ainda mais por causa do controle a insulina. Procure tanto um nutricionista com um professor de educação física, e que eles sejam qualificados para cuidar da sua saúde. Saúde em primeiro lugar. 

Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor na academia Saúde Activa.