sábado, 18 de agosto de 2012

Atividades físicas e alterações hormonais

A prática de atividades físicas promove melhorias através de diversos efeitos fisiológicos pelo nosso corpo. Durante e após os exercícios, as adaptações que surgem em nosso organismo facilitam o desempenho e o repouso. Essa é uma maneira do corpo suprir as próprias necessidades e se preparar para a próxima sessão de treinamento. 

Podemos classificar essas adaptações em três níveis. No primeiro deles está as adaptações que ocorrem imediatamente após a sessão de treinamento, que é o efeito agudo imediato. A segunda adaptação é aquela que ocorre de 24 a 72 horas após a sessão de treinos, a qual chamamos de efeito agudo tardio. E por último, temos aquelas adaptações que ocorrem após a pratica frequente de atividades físicas e seu resultado aparece após uma frequência regular de treinamento, que é o efeito crônico. 

As atividades físicas, quando praticadas regularmente, promovem alterações e adaptações significativas na secreção de alguns hormônios. Alguns dos hormônios que têm sua secreção alterada pelo exercício são o hormônio do crescimento, as catecolaminas, a insulina, o glucagon e a endorfina. Abaixo vamos conhecer um pouco de cada um. 

Hormônio de Crescimento: Aumento na síntese protéica celular. Isso ocorre porque o hormônio do crescimento aumenta o transporte de aminoácidos através da membrana celular. Em consequência do aumento das proteínas e de um maior armazenamento de glicogênio no interior das células, estas aumentam em volume e em número. Portanto, observamos um aumento no tamanho de quase todos os tecidos e órgãos do nosso corpo. 

Catecolaminas: Os níveis plasmáticos de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) aumentam de maneira diferenciada durante o exercício. A atuação em conjunto destes dois hormônios promove, entre outros efeitos, o aumento da taxa metabólica, da liberação de glicose e de ácidos graxos livres no sangue, sendo que o aumento no gasto energético é positivo no combate à obesidade. 

Insulina e o glucagon: A diminuição dos níveis de insulina é proporcional à intensidade do exercício, sendo que em exercícios prolongados os resultados são melhores. Desta forma, o exercício torna-se importante por facilitar a captação de glicose e diminuir os níveis de insulina, sendo positivo para o indivíduo portador de diabetes. Quanto maior a duração do exercício, maior a liberação de glucagon. Em exercícios moderados de curta duração, observa-se diminuição nos seus níveis plasmáticos. No exercício, à medida que os níveis plasmáticos de glicose no sangue vão diminuindo, ocorre estimulação da glicogenólise (quebra de glicogênio para formar glicose) pelo aumento gradual da concentração plasmática de glucagon. 

Endorfina: Está relacionada à maior tolerância à dor, ao controle do apetite, à redução da ansiedade, da raiva e da tensão. No exercício aeróbico, a intensidade é o principal fator que estimula as elevações dos níveis plasmáticos. Já no exercício de resistência, sua liberação varia com o protocolo, sendo que maior duração e maiores intervalos de repouso entre as séries promovem melhores resultados. 

Os exercícios promovem as alterações hormonais para que nosso corpo combata diversos tipos de problemas. Facilitando todos esses processos que acabamos de conhecer, é muito provável que ocorra uma diminuição considerável em variações com nosso estado hormonal e sua relação com a nossa saúde, e quando essas alterações já existem, a diminuição na utilização de fármacos é uma grande realidade para os praticantes de atividades físicas. 

Fica a dica: Cuide da saúde com uma prática regular de exercícios. Além de combater diversos problemas hormonais, ele promove saúde, disposição e muito bem estar. Saúde em primeiro lugar. 

Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor na academia Saúde Activa.

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