O ano era 2000. Estávamos nos aproximando da mudança do século e muitas alterações eram prometidas para o futuro, mas foi em Sydney, na Austrália, durante os Jogos Olímpicos, que vimos surgir o grande nome do esporte mundial não só para o século XXI que se aproximava mas também o maior nome do esporte olímpico de todos os tempos. Surgia então o jovem nadador Michael Phelps.
Nos jogos de Sydney, o primeiro recorde de Phelps não foi tão badalado mundialmente, mas ele foi o americano mais jovem a competir nos Jogos Olímpicos. Aos 15 anos de idade ele se classificou para a prova de 200 metros nado borboleta, prova que ele fechou na quinta posição, tendo assim disputado a sua primeira final olímpica.
Aos olhos do mundo, a façanha do jovem nadador ainda não tinha sido tão importante, já que ele não venceu a etapa, porém, exatamente cinco meses após os jogos, em um campeonato mundial, o atleta de 15 anos e nove meses de idade tornou-se o nadador mais jovem da história a quebrar um recorde mundial. Ele venceu os 200 metros nado borboleta e superou o melhor tempo do mundo na prova.
A partir desse momento, Michael Phelps deixou de ser uma promessa e a cada dia se tornava um dos maiores ídolos da natação mundial. Com isso, cresciam também as expectativas sobre ele para os Jogos Olímpicos de Atenas em 2004. E Phelps chegou aos jogos em 2004 com um objetivo incrível, pois ele disputaria oito provas e tinha a oportunidade de superar o também nadador americano Mark Spitz, que em 1972 levou sete medalhas de ouro em uma edição de Jogos Olímpicos. Porém o objetivo do americano não se concretizou, mas foi por muito pouco, já que Michael Phelps levou seis ouros e mais duas medalhas de bronze, igualando apenas quatro ouros em provas individuais, marca que Spitz também havia conseguido. Além das medalhas, Phelps, que em 2004 tinha 19 anos, quebrou três recordes mundiais e mais dois recordes olímpicos.
O nadador americano não havia cumprido seu objetivo final e, embora tivesse conseguido muitas conquistas, Phelps sonhava em se tornar uma lenda. Assim, a preparação para os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 se iniciava com o sonho de superar Spitz em números de ouros em uma só edição dos Jogos.
Mais uma vez, Michael Phelps disputaria oito provas nos jogos, mas dessa vez com um final diferente. Ao final de sua participação, o nadador de 23 anos bateu o recorde de Mark Spitz. Em Pequim, Phelphs levou para casa oito medalhas de ouro, vencendo assim todas as provas que disputou, além de quebrar sete recordes mundiais e o recorde olímpico da oitava prova. Com esse feito extraordinário, ele somava na carreira a incrível marca de 14 medalhas de ouro e duas de bronze no seu currículo.
Aqueles que acreditavam que os objetivos de Phelps tinham acabado se enganaram, pois nos jogos de Londres, o atleta, agora com 27 anos, tinha mais um objetivo: se tornar o maior medalhista olímpico da história, já que a ginasta ucraniana Larissa Latynina conquistou, em três edições dos Jogos Olímpicos, 18 medalhas (sendo nove de ouro, cinco pratas e quatro bronzes). E foi exatamente o que aconteceu. Com quatro medalhas de ouro e duas medalhas de prata, Michael Phelps chegou a OLIMPO e passou então de atleta a MITO no mundo dos esportes.
Até o fim da edição desse texto, se Michael Phelps fosse um país na história dos Jogos Olímpicos Modernos, ele ocuparia o 39ª posição com 18 medalhas de ouro, duas medalhas de prata e duas medalhas de bronze, e ficaria à frente de vários países, inclusive na frente de Argentina e Portugal.
O esporte nos traz momentos espetaculares, recordes e façanhas admiráveis, mas poucas são as oportunidades de vermos homens e mulheres se transformarem em LENDAS. Michael Phelps se tornou o maior atleta olímpico da história, e lendas como essa temos poucas oportunidades de ver.
O rei Pelé, Michael Jordan, Larissa Latynina, entre outros, são alguns nomes que fizeram uma história maravilhosa, mas no ano de 2012 podemos acrescentar Michael Phelps à lista de mitos do esporte. E agora, quem será o próximo?
Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor na academia Saúde Activa.
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