Hoje em dia ouvimos o tempo todo sobre a necessidade de praticar atividades físicas regularmente. Ouvimos gigantes explicações sobre correr, nadar, pedalar, praticar aulas de ginástica, musculação, entre outras várias modalidades. E sempre que ouvimos sobre essa necessidade, ouvimos junto a isso varias explicações sobre os benefícios que essa prática regular pode trazer ao nosso corpo. Neste texto, desvendaremos os benefícios da musculação para a saúde do coração, ou seja, o que ela acarreta ao nosso sistema cardiovascular.
O sistema circulatório, também chamado de sistema cardiovascular, é constituído por: coração, vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares) e vasos linfáticos. É o responsável, através do transporte do sangue, pela condução, distribuição e remoção das mais diversas substâncias do sangue para os tecidos do corpo. É ele que cumpre a função de conduzir elementos essenciais para todos os tecidos do corpo: oxigênio para as células, hormônios (que são liberados pelas glândulas endócrinas) para os tecidos, condução de dióxido de carbono para sua eliminação nos pulmões.
Embora muitos trabalhos científicos de laboratórios de fisiologia, clínicas especializadas e hospitais por todo o mundo demonstrem, em estudos cada vez mais específicos e recentes, que a musculação traz muitos benefícios ao coração, mais propriamente a todo o sistema cardiovascular, ainda hoje existe certo preconceito, sem embasamento científico, por parte de alguns médicos, fisioterapeutas e educadores físicos sobre os benefícios ocasionados por essa atividade.
Aliás, é essa falta de embasamento científico que leva às falsas afirmações. Há muito tempo, afirma-se que os exercícios aeróbios são a melhor atividade física para a promoção de saúde e principalmente da saúde cardiovascular, mas, como nós sabemos, não existe o melhor ou o pior tipo de atividade física e sim, cada tipo de atividade física melhora alguma capacidade física, ou seja, exercícios de alongamento melhoram a flexibilidade do indivíduo; o treinamento aeróbio melhora a capacidade aeróbia específica e o treinamento resistido ou musculação melhora a força e a resistência dela para outras atividades. Neste contexto, podemos citar: um aumento da força muscular com melhoria da resistência aos esforços, bem-estar mental e social, além de um impacto positivo sobre fatores de risco cardiovasculares (como a obesidade, hipertensão arterial e o diabetes mellitus).
Baseados nas adaptações neuromusculares e nos efeitos de aumento na força e na resistência muscular, muitos especialistas passaram a aplicar a musculação como parte dos programas de exercícios físicos para os pacientes com doenças cardíacas. Dentre as diversas adaptações promovidas pela musculação no paciente cardíaco, podemos citar o aumento na capacidade de realizar atividades da vida diária, incremento na tolerância aos exercícios aeróbicos, exercícios como andar, pedalar ou subir escadas, prevenção na perda de força e massa muscular observada com o avanço da idade e ação das respostas cardiovasculares frente aos esforços, aumento excessivo da frequência cardíaca e da pressão arterial.
A musculação pode gerar duas adaptações fundamentais no sistema cardiovascular. São elas:
• Hipertrofia cardíaca – é o aumento do tamanho das células do músculo cardíaco, que representam de 70% a 80% da massa cardíaca. Desta forma, com um músculo maior, o coração funciona melhor.
• Diminuição da pressão arterial – a prática regular de musculação pode levar a alterações benéficas dos níveis de pressão arterial em hipertensos, e em alguns casos pequenas reduções em normotensos.
Fica a dica: A musculação é um importante complemento para a reabilitação cardíaca ou a manutenção da saúde do coração. É através desta atividade que realizamos exercícios específicos para a promoção da saúde do coração. É fundamental que um bom planejamento de atividades físicas tenha também exercícios resistidos, proporcionando, assim, melhoras cada vez mais específicas à saúde do corpo e do coração. Saúde em primeiro lugar.
Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor na academia Saúde Activa.
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