Depois de atingir a idade adulta, nosso corpo vai sofrendo com o desgaste e este processo é caracterizado como o envelhecimento. Ele pode ser entendido como a consequência da passagem do tempo ou o processo cronológico que o deixa mais velho. Costuma-se dizer que a única certeza que temos na vida é que a cada dia estamos ficando mais velhos, sendo esse o processo mais natural possível. Assuntos ligados ao envelhecimento populacional mostram que a idade média das populações tem aumentado nas últimas décadas e os efeitos sociais deste envelhecimento são enormes. Idosos apresentam diferentes necessidades frente à sociedade e aos governos, bem como, frequentemente, diferentes valores.
Alguns números interessantes mostram um desenvolvimento peculiar. Por exemplo, em 1996 existiam 7,6 milhões de idosos no Brasil. Hoje, existe uma estimativa cuja previsão é de que em 2020 esse número será 16 vezes maior. No Brasil, atualmente, 44% dos idosos acima de 65 anos são inativos. Doenças como a osteoporose, artrose, cardiopatias e diabetes aumentam significativamente sua probabilidade de aparecer com a inatividade física adicionada ao envelhecimento, além, é claro, da obesidade, que ainda não foi fixada por toda a área da saúde como doença, porém grande parte dos estudiosos já definem a obesidade como doença também. Os maiores problemas que o envelhecimento e a inatividade física promovem ao corpo são, sem dúvida, a diminuição das capacidades funcionais.
A força, devido à sarcopenia, que é a perda de massa muscular durante o processo de envelhecimento, diminui agressivamente após os 50 anos. A flexibilidade, pela falta de utilização do corpo, diminui exponencialmente e, com a queda da força e da flexibilidade, a capacidade aeróbia diminui, por que o trabalho motor fica mais comprometido e mais difícil de ser realizado.
Apesar de tantos outros benefícios proporcionados pela musculação, ainda percebe-se que, para maior parte do público, essa prática tem finalidades estéticas. Entretanto, os benefícios da musculação vão muito além da estética. É uma atividade que ajuda na diminuição do estresse, aumenta a interação social, combate o sedentarismo, a aterosclerose, controla a hipertensão arterial, obesidade, diabetes mellitus, osteoporose, entre outros. Musculação é um método efetivo para o desenvolvimento músculo-esquelético.
Sua prescrição é voltada para o desenvolvimento da aptidão física e favorecimento da saúde. Assim sendo, é possível verificar que, através da musculação, o idoso se torna mais independente para realizar tarefas e através dessa independência ele envelhecerá melhor, tanto fisicamente como mentalmente, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida.
A melhora na qualidade de vida do idoso praticante de musculação acontece, pois a independência funcional melhora da força, resistência, flexibilidade, agilidade e equilíbrio, que são importantes para a vida diária dos idosos, principalmente no ambiente doméstico, onde ocorrem muitos acidentes, com frequência as quedas. A saúde psicológica é importante na terceira idade, pois essa faixa etária torna-se muito frágil e, em função das perdas funcionais, ficam ainda mais vulneráveis aos acontecimentos familiares e sociais.
Os principais benefícios da musculação para os idosos são:
• Aumenta a autonomia funcional da pessoa;
• Permite retomar algumas atividades que já tinham sido abandonadas;
• Em muitos casos complementa ou substitui a ação de medicamentos;
• Fortalece os músculos e diminui a pressão sobre as articulações;
• Ajuda na prevenção de muitas enfermidades como hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade;
• Melhora a auto-estima ao inserir ou reinserir a pessoa em novas atividades.
Fica a dica: Saia deste estereótipo de envelhecimento inativo, pratique alguma atividade física durante toda a vida e chegue à terceira idade com o verdadeiro conceito de melhor idade. Cuidar de nossa saúde é a meta de uma vida plena e saudável. Saúde em primeiro lugar.
Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor na academia Saúde Activa.
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