É muito comum encontramos praticantes de atividades físicas com alguma doença respiratória. Muitas vezes, a prática de exercícios foi iniciada exatamente por orientação médica, com o intuito de melhorar as condições respiratórias através das atividades físicas que trabalham a melhora das vias respiratórias.
A asma é uma das mais comuns entre essas doenças e muitas vezes os asmáticos recebem orientação médica para praticarem atividades físicas, das quais a natação é o tipo mais indicado.
Estudos realizados pelo Instituto Central do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, apontam que a atividade física reduz em até 60% os sintomas de asma, como tosse, chiado, falta de ar e aperto no peito. De 16 ocorrências por mês, os pacientes passaram a apresentar apenas seis. A asma é uma doença inflamatória da mucosa bronquial que impede a passagem do ar até os pulmões. Normalmente, a doença é controlada com o uso de broncodilatadores, que expandem os brônquios e permitem a passagem do ar. Os aspectos psicossociais, como ansiedade e depressão, características do asmático por natureza, também foram atenuados, comprovando a eficácia do método para a melhora da qualidade de vida e autoestima dos pacientes.
Durante muito tempo, foi absolutamente comum ouvir que asmáticos não deveriam praticar atividades físicas e mesmo os exercícios leves ou moderados poderiam agravar ainda mais o quadro. Bem, tudo isso mudou, e muito, com o passar dos anos e com o avanço dos estudos, descobriu-se que os exercícios aeróbicos leves e moderados reduziram marcadores de inflamação típicos da asma. Claro que o asmático precisa tomar algumas precauções antes de se exercitar. Para esportes aquáticos, como natação ou hidroginástica, deve-se optar por piscinas aquecidas, protegidas do frio e tratadas com sal, já que o cloro é um fator irritante. Aquele que prefere correr precisa evitar dias muito secos, os locais poluídos e os horários de pico no trânsito. O ideal é uma prática de três a cinco vezes na semana por volta de 30 minutos diários.
Muitos atletas competem ou competiram em altíssimo nível mesmo sendo asmáticos, como é o caso do multicampeão olímpico Mark Spitz, que iniciou a natação para um tratamento contra a asma e tornou-se o atleta com o maior número de medalhas olímpicas na história em 1972, recorde que só foi batido em 2008. No Brasil Diego Hypólito, que é bicampeão mundial em ginástica, sofre de asma. Hoje em dia, é possível afirmar que atletas asmáticos competem exatamente no mesmo patamar de atletas não asmáticos.
É muito importante saber que para qualquer praticante de atividades físicas a asma não é mais empecilho nenhum para a prática regular. Essa prática de atividades físicas, aliada a um programa bem elaborado, pode promover ao asmático uma melhora na mecânica respiratória, tornar a ventilação pulmonar mais eficaz e melhorar sua ação diafragmática. O processo de melhora da condição física do asmático é decorrente da melhora da função cardiorrespiratória, isso auxiliará a suportar melhor os agravos da saúde. A prática regular de exercícios aumenta o condicionamento e com isso a tolerância ao exercício com o menor esforço. É muito importante que o programa de exercícios auxilie o corpo a trabalhar a favor do indivíduo e não contra ele e, para isso, é necessário que o programa respeite as limitações e trabalhe a favor das melhoras cardiorrespiratórias. Também é preciso respeitar a diferença nas adaptações ao exercício que o asmático tem.
O tratamento contra a asma não constitui apenas de atividades físicas. Medicação e cuidados com o ambiente são indispensáveis no processo. Um indivíduo em crise pode agravar seu estado caso pratique atividade física sem orientação ou mal orientado.
Fica a dica: o indivíduo com asma pode praticar qualquer tipo de atividade física, porém a supervisão sobre ele e o conhecimento específico para a montagem de um programa direcionado é fundamental. Procure um profissional de educação física competente para elaborar um programa que auxilie seu processo de melhora e ajude a praticar atividades físicas regularmente. Melhore, e muito, sua qualidade de vida. Saúde em primeiro lugar.
Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor na academia Saúde Activa.
Objetivo principal do Blog é apresentar ideias e conceitos de Atividade Física, demonstrar e explicar a importância de cada elemento, em cada modalidade de uma maneira especifica. A ideia principal é construir o que poderíamos chamar de um padrão essencial para uma ótima pratica de exercícios.
sábado, 26 de maio de 2012
sábado, 19 de maio de 2012
Videogames ativos substituem as atividades físicas?
A maior de todas as novidades dos últimos anos é o lançamento dos videogames que utilizam os movimentos do corpo para interagir com o jogo. Esse novo conceito de videogame vem dominando o mercado. O X-Box 360 com dispositivo Kinect, este que foi criado por um brasileiro, e o Wii da Nintendo são os mais famosos nesta nova linha de jogos eletrônicos.
É realmente uma verdadeira revolução neste tipo de empreendimento. Fazer com que os jogadores interajam fisicamente com o seu ‘avatar’ no jogo é realmente um dos sonhos dos antigos jogadores do Atari na década de 80. Naquela época, mesmo com os gráficos primitivos e a pouca jogabilidade, o videogame era algo fora do comum e faziam parte de horas e horas de entretenimento. Com o passar dos anos e a melhora dos jogos chegando cada dia mais perto da realidade, criavam a ilusão de qual seria a próxima evolução e foi aí que surgiram esses novos games que geram essa integração física com os jogos.
Porém, ao mesmo tempo em que os videogames evoluíram em um conceito, o nosso estilo de vida regrediu na prática de atividades físicas. É cada vez menos comum ver pelas ruas crianças brincando, jogando bola, andando de bicicleta. A evolução da tecnologia facilita alguns pontos para nossa vida que acaba fazendo com que utilizemos menos movimentos diários para realizar as mesmas tarefas de antes, o que diminui o nível de atividades físicas realizadas.
O mundo inteiro se preocupa hoje que o sedentarismo infantil. Com essa preocupação emergente, surgem também várias ideias ou respostas para tentar suprir as dificuldades do dia-a-dia e proporcionar às crianças situações que auxiliem na prática de atividade física. Estudos e mais estudos buscam melhores resultados e melhores sugestões para oferecer.
O surgimento dos jogos com interatividade física talvez sejam as maiores esperanças para aumentar os níveis de atividades praticadas pelas crianças. A grande dúvida é: Os jogos eletrônicos já podem ser considerados exercícios físicos?
A maior diferença entre atividades físicas e os movimentos utilizados nesses jogos é a resposta física de cada estímulo. Quando colocamos uma criança para brincar de pega-pega, esconde-esconde, subir em arvores, correr, pular, agachar, entre outras atividades, acabamos exigindo dela um esforço gradativo, que pode variar de acordo com a lógica da atividade. Em muitas situações, ela é obrigada a vencer esses estilos com uma velocidade maior, com uma mudança de direção, diferença de tipos de piso, entre muitas outras situações, o que já não acontece nessa simulação proporcionada pelos videogames, onde o padrão de movimento não estimula com tanta necessidade tais melhoras nas capacidades físicas.
Entretanto, existem muitos benefícios que este tipo de jogo proporciona. O aumento do número de movimentos realizados diariamente para os praticantes deste tipo de game proporciona um aumento significativo no gasto calórico diário, auxiliando, e muito, na luta contra a obesidade, alem de aumentar os níveis de movimentos realizados e diminuir o índice de sedentarismo. Além disso, os jogos exigem um grau de concentração elevado e induz os praticantes a realizarem movimentos que melhoram significativamente a coordenação motora, a memória e consequentemente o repertório motor da criança, ou até mesmo dos adultos praticantes.
É muito importante incentivar a prática de atividades físicas. Substituir os exercícios por jogos eletrônicos não é o caminho certo para solucionar este problema. É muito importante entender que atividades físicas sempre serão práticas esportivas muito mais completas e benéficas ao nosso corpo e nossa saúde. Mas com toda certeza, acrescentar ao dia-a-dia mais uma atividade que disponibilize a necessidade de “mexer o esqueleto” e gastar algumas calorias é com certeza uma ótima ideia.
Fica a dica: utilize a tecnologia sempre a nosso favor. Realizar exercícios é nossa necessidade e acrescentar a tecnologia para aumentar ainda mais nosso repertório de possibilidades de uma vida mais saudável é, com toda certeza, usar a tecnologia a favor da humanidade. Saúde em primeiro lugar.
Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor na academia Saúde Activa.
É realmente uma verdadeira revolução neste tipo de empreendimento. Fazer com que os jogadores interajam fisicamente com o seu ‘avatar’ no jogo é realmente um dos sonhos dos antigos jogadores do Atari na década de 80. Naquela época, mesmo com os gráficos primitivos e a pouca jogabilidade, o videogame era algo fora do comum e faziam parte de horas e horas de entretenimento. Com o passar dos anos e a melhora dos jogos chegando cada dia mais perto da realidade, criavam a ilusão de qual seria a próxima evolução e foi aí que surgiram esses novos games que geram essa integração física com os jogos.
Porém, ao mesmo tempo em que os videogames evoluíram em um conceito, o nosso estilo de vida regrediu na prática de atividades físicas. É cada vez menos comum ver pelas ruas crianças brincando, jogando bola, andando de bicicleta. A evolução da tecnologia facilita alguns pontos para nossa vida que acaba fazendo com que utilizemos menos movimentos diários para realizar as mesmas tarefas de antes, o que diminui o nível de atividades físicas realizadas.
O mundo inteiro se preocupa hoje que o sedentarismo infantil. Com essa preocupação emergente, surgem também várias ideias ou respostas para tentar suprir as dificuldades do dia-a-dia e proporcionar às crianças situações que auxiliem na prática de atividade física. Estudos e mais estudos buscam melhores resultados e melhores sugestões para oferecer.
O surgimento dos jogos com interatividade física talvez sejam as maiores esperanças para aumentar os níveis de atividades praticadas pelas crianças. A grande dúvida é: Os jogos eletrônicos já podem ser considerados exercícios físicos?
A maior diferença entre atividades físicas e os movimentos utilizados nesses jogos é a resposta física de cada estímulo. Quando colocamos uma criança para brincar de pega-pega, esconde-esconde, subir em arvores, correr, pular, agachar, entre outras atividades, acabamos exigindo dela um esforço gradativo, que pode variar de acordo com a lógica da atividade. Em muitas situações, ela é obrigada a vencer esses estilos com uma velocidade maior, com uma mudança de direção, diferença de tipos de piso, entre muitas outras situações, o que já não acontece nessa simulação proporcionada pelos videogames, onde o padrão de movimento não estimula com tanta necessidade tais melhoras nas capacidades físicas.
Entretanto, existem muitos benefícios que este tipo de jogo proporciona. O aumento do número de movimentos realizados diariamente para os praticantes deste tipo de game proporciona um aumento significativo no gasto calórico diário, auxiliando, e muito, na luta contra a obesidade, alem de aumentar os níveis de movimentos realizados e diminuir o índice de sedentarismo. Além disso, os jogos exigem um grau de concentração elevado e induz os praticantes a realizarem movimentos que melhoram significativamente a coordenação motora, a memória e consequentemente o repertório motor da criança, ou até mesmo dos adultos praticantes.
É muito importante incentivar a prática de atividades físicas. Substituir os exercícios por jogos eletrônicos não é o caminho certo para solucionar este problema. É muito importante entender que atividades físicas sempre serão práticas esportivas muito mais completas e benéficas ao nosso corpo e nossa saúde. Mas com toda certeza, acrescentar ao dia-a-dia mais uma atividade que disponibilize a necessidade de “mexer o esqueleto” e gastar algumas calorias é com certeza uma ótima ideia.
Fica a dica: utilize a tecnologia sempre a nosso favor. Realizar exercícios é nossa necessidade e acrescentar a tecnologia para aumentar ainda mais nosso repertório de possibilidades de uma vida mais saudável é, com toda certeza, usar a tecnologia a favor da humanidade. Saúde em primeiro lugar.
Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor na academia Saúde Activa.
sábado, 12 de maio de 2012
O auxílio da musculação no processo de emagrecimento
Quando falamos de um processo de emagrecimento, o maior mito que enfrentamos é o de utilizar a musculação como exercício em uma periodização onde o objetivo é emagrecer. Acredita-se fielmente que é impossível emagrecer com musculação, já que esta atividade enaltece o ganho de músculos. Analisando superficialmente, podemos até concordar que se o objetivo é emagrecer, devemos realizar exercícios que não tenham como finalidade aumentar a massa magra. Porém o processo de emagrecimento é muito mais complexo que isso e vamos entender por quê.
O primeiro passo no processo de emagrecimento é uma avaliação física, que irão revelar alguns resultados que ajudarão a montar a melhor estratégia para o processo de emagrecimento. É muito importante conhecer a quantidade de gordura corporal, quantidade de massa magra, índice de massa corporal (IMC), a porcentagem de gordura corporal, o VO2 máximo (nível de condicionamento físico) e, sem dúvidas, algumas circunferências como cintura, quadril, abdômen, coxa, tórax, braço entre outras que irão ajudar a controlar os resultados, sem falar no peso, é claro.
A partir desse momento, temos dois episódios deste processo. O primeiro é a diminuição do peso corporal, que pode ser constatado facilmente. Basta subir na balançar e observar se o peso diminuiu. O segundo episódio e mais importante só é averiguado com outra avaliação física e, nesta segunda parte, é imprescindível analisar se diminuíram ou aumentaram os índices avaliados anteriormente.
Em um processo de emagrecimento coerente é fundamental diminuir a porcentagem de gordura corporal, o que acontece com a redução da gordura corporal ou com o ganho de massa magra. Um resultado ainda mais eficaz acontece quando temos essas duas situações acontecendo juntas. Em muitos casos, quando analisamos apenas a balança como parâmetro, corremos o risco de ter um emagrecimento por diminuição da massa magra. Este pode ser um fator muito ruim, porque com isso aumentamos a porcentagem de gordura corporal, aumentando ainda mais os riscos de algumas doenças. E por isso precisamos entender a importância da musculação no processo de emagrecimento.
As explicações para isto se devem ao fato de que a prática da musculação produz maiores gastos calóricos e aumento na atividade metabólica de repouso, ou seja, os processos pós-exercício aceleram o metabolismo durante horas. Outro ponto é o ganho de massa muscular. O aumento de massa muscular liga-se de forma intensa à ampliação da taxa metabólica basal, a quantidade calórica ou energética que o corpo utiliza durante o repouso, para o funcionamento de todos os órgãos, por exemplo, o coração, cérebro, pulmões e intestino. O exercício é indicado também na prevenção e combate da osteoporose, pois estimula a produção de massa óssea.
Obviamente que, em um processo de emagrecimento, a dieta alimentar é necessária, tornando o resultado mais rápido. Sem dúvida, o melhor que se tem a fazer é associar a dieta aos exercícios aeróbios, à musculação e aos alongamentos, num programa adequado as suas necessidades, biótipo e condicionamento físico, tornando indispensável uma avaliação e acompanhamento de profissionais como nutricionistas, professores de educação física e médicos.
Fica a dica: A atuação multidisciplinar facilita muito a obtenção de ótimos resultados no processo de emagrecimento. Já sabemos que ganhar músculos e diminuir a gordura corporal são duas ferramentas indispensáveis neste procedimento. A dieta é o carro chefe desse processo que conta com o auxílio dos exercícios físicos como forma de gastar o maior número possível de calorias no dia-a-dia.
Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor
na academia Saúde Activa.
O primeiro passo no processo de emagrecimento é uma avaliação física, que irão revelar alguns resultados que ajudarão a montar a melhor estratégia para o processo de emagrecimento. É muito importante conhecer a quantidade de gordura corporal, quantidade de massa magra, índice de massa corporal (IMC), a porcentagem de gordura corporal, o VO2 máximo (nível de condicionamento físico) e, sem dúvidas, algumas circunferências como cintura, quadril, abdômen, coxa, tórax, braço entre outras que irão ajudar a controlar os resultados, sem falar no peso, é claro.
A partir desse momento, temos dois episódios deste processo. O primeiro é a diminuição do peso corporal, que pode ser constatado facilmente. Basta subir na balançar e observar se o peso diminuiu. O segundo episódio e mais importante só é averiguado com outra avaliação física e, nesta segunda parte, é imprescindível analisar se diminuíram ou aumentaram os índices avaliados anteriormente.
Em um processo de emagrecimento coerente é fundamental diminuir a porcentagem de gordura corporal, o que acontece com a redução da gordura corporal ou com o ganho de massa magra. Um resultado ainda mais eficaz acontece quando temos essas duas situações acontecendo juntas. Em muitos casos, quando analisamos apenas a balança como parâmetro, corremos o risco de ter um emagrecimento por diminuição da massa magra. Este pode ser um fator muito ruim, porque com isso aumentamos a porcentagem de gordura corporal, aumentando ainda mais os riscos de algumas doenças. E por isso precisamos entender a importância da musculação no processo de emagrecimento.
As explicações para isto se devem ao fato de que a prática da musculação produz maiores gastos calóricos e aumento na atividade metabólica de repouso, ou seja, os processos pós-exercício aceleram o metabolismo durante horas. Outro ponto é o ganho de massa muscular. O aumento de massa muscular liga-se de forma intensa à ampliação da taxa metabólica basal, a quantidade calórica ou energética que o corpo utiliza durante o repouso, para o funcionamento de todos os órgãos, por exemplo, o coração, cérebro, pulmões e intestino. O exercício é indicado também na prevenção e combate da osteoporose, pois estimula a produção de massa óssea.
Obviamente que, em um processo de emagrecimento, a dieta alimentar é necessária, tornando o resultado mais rápido. Sem dúvida, o melhor que se tem a fazer é associar a dieta aos exercícios aeróbios, à musculação e aos alongamentos, num programa adequado as suas necessidades, biótipo e condicionamento físico, tornando indispensável uma avaliação e acompanhamento de profissionais como nutricionistas, professores de educação física e médicos.
Fica a dica: A atuação multidisciplinar facilita muito a obtenção de ótimos resultados no processo de emagrecimento. Já sabemos que ganhar músculos e diminuir a gordura corporal são duas ferramentas indispensáveis neste procedimento. A dieta é o carro chefe desse processo que conta com o auxílio dos exercícios físicos como forma de gastar o maior número possível de calorias no dia-a-dia.
Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor
na academia Saúde Activa.
sábado, 5 de maio de 2012
Caminhar é uma atividade física realmente saudável?
O assunto de hoje vai mexer com a cabeça de grande parte dos praticantes de atividades físicas. Até mesmo porque o tema escolhido é a caminhada, que segundo um estudo publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia, é a atividade física mais praticada em nosso país. O motivo desse número imenso de praticantes de caminhada é o fato deste ser o exercício mais sugerido e indicado não só por profissionais da área da saúde, mas também pela população em geral.
É absolutamente comum quando alguém toma a iniciativa de começar a prática de alguma atividade física e recebe diversas sugestões para realizar caminhadas durante trinta ou quarenta minutos todos os dias. E as explicações para essas sugestões vêm dos benefícios que essa atividade pode proporcionar para nossa qualidade de vida. Os benefícios mais citados são normalmente:
• Melhora a circulação;
• Deixa o pulmão mais eficiente;
• Combate a osteoporose;
• Afasta a depressão;
• Aumenta a sensação de bem-estar;
• Deixa o cérebro mais saudável
Lendo todos esses benefícios e acreditando que caminhada não tem uma ‘contra-indicação’ por ser uma atividade de pouco impacto, a sobrecarga da caminhada é de apenas 1,5 vezes o peso corporal, isso significa que um praticante de caminhada de 70 quilos recebe a sobrecarga de 105 quilos durante a caminhada, um valor super baixo para uma atividade física. Por isso, podemos acreditar que não há problema algum em indicar a caminhada como atividade a ser praticada?
É exatamente neste aspecto que muitas vezes acabamos indicando a caminhada de maneira muito precipitada, podendo até mesmo prejudicar o desenvolvimento físico do praticante. Isso por que grande parte das pessoas que aderem à caminhada como prática esportiva são os idosos. Normalmente, as queixas de cansaço, fraqueza, estresse ou até mesmo dores pelo corpo são os motivos mais comuns para que recebam como orientação iniciar uma prática diária de caminhada.
E essa atividade gera ao idoso exatamente a mesma sobrecarga de 1,5 vezes o peso corporal, porém desta vez estamos falando de um idoso, que possui uma fragilidade maior a doenças como osteoporose, artrites, artroses, hipertensão, diabetes entre muitas outras. Essa fragilidade, aliada à sobrecarga, pode acabar prejudicando e aumentando tantos as dificuldades de movimento como também aumentar a incidência de dores pelo corpo.
Pior ainda acontece quando as indicações vêm com a proposta de realizar caminhadas com uma velocidade mais rápida do que a pessoa costuma andar nas atividades diárias, com o intuito de forçar um pouco mais. Neste caso a sobrecarga aumenta e o idoso sofre ainda mais com pressão sobre seus membros inferiores.
Durante o processo de envelhecimento é absolutamente natural reduzirmos nossas capacidades físicas e a força é uma das atividades que mais sofrem neste processo. Com a redução da força nos membros inferiores, o idoso aumenta o duplo apoio, aquele momento da caminhada que estamos com os dois pés apoiados ao chão. Esse aumento prejudica a energia gerada pelos tecidos elásticos encontrados em nossa musculatura e eles geram uma grande parte da energia utilizada durante a caminhada.
Podemos grosseiramente comparar esse mecanismo de gerar energia a uma mola. Com isso, além de sofrer com a sobrecarga natural da caminhada, o idoso ainda tem essa sobrecarga presente em uma porção maior do movimento e isso pode acabar prejudicando-o ainda mais.
Mas não pense que a partir de agora nenhum idoso pode caminhar, pode sim. O mais importante neste assunto é entender que muitas vezes aconselhamos as pessoas sem pensar se essa atividade pode acabar sendo prejudicial à saúde naquele indivíduo. Esse é um erro muitas vezes repetido até mesmo por profissionais da área da saúde, que muitas vezes acabam indicando a caminhada sem uma avaliação física mais detalhada.
É muito importante que, independente da atividade a ser praticada, ela deve ser orientada por um professor de educação física ou, no caso, de um processo de reabilitação ser indicado por um fisioterapeuta, afinal esses dois profissionais estudam a natureza e a ação dos movimentos sobre o corpo.
Fica a dica: Cuidado quando você sugere determinada prática esportiva a alguém. Ao invés de ajudar, sua dica pode atrapalhar o que era para ser um simples programa de melhora na qualidade de vida.
Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor na academia Saúde Activa.
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