A maior de todas as novidades dos últimos anos é o lançamento dos videogames que utilizam os movimentos do corpo para interagir com o jogo. Esse novo conceito de videogame vem dominando o mercado. O X-Box 360 com dispositivo Kinect, este que foi criado por um brasileiro, e o Wii da Nintendo são os mais famosos nesta nova linha de jogos eletrônicos.
É realmente uma verdadeira revolução neste tipo de empreendimento. Fazer com que os jogadores interajam fisicamente com o seu ‘avatar’ no jogo é realmente um dos sonhos dos antigos jogadores do Atari na década de 80. Naquela época, mesmo com os gráficos primitivos e a pouca jogabilidade, o videogame era algo fora do comum e faziam parte de horas e horas de entretenimento. Com o passar dos anos e a melhora dos jogos chegando cada dia mais perto da realidade, criavam a ilusão de qual seria a próxima evolução e foi aí que surgiram esses novos games que geram essa integração física com os jogos.
Porém, ao mesmo tempo em que os videogames evoluíram em um conceito, o nosso estilo de vida regrediu na prática de atividades físicas. É cada vez menos comum ver pelas ruas crianças brincando, jogando bola, andando de bicicleta. A evolução da tecnologia facilita alguns pontos para nossa vida que acaba fazendo com que utilizemos menos movimentos diários para realizar as mesmas tarefas de antes, o que diminui o nível de atividades físicas realizadas.
O mundo inteiro se preocupa hoje que o sedentarismo infantil. Com essa preocupação emergente, surgem também várias ideias ou respostas para tentar suprir as dificuldades do dia-a-dia e proporcionar às crianças situações que auxiliem na prática de atividade física. Estudos e mais estudos buscam melhores resultados e melhores sugestões para oferecer.
O surgimento dos jogos com interatividade física talvez sejam as maiores esperanças para aumentar os níveis de atividades praticadas pelas crianças. A grande dúvida é: Os jogos eletrônicos já podem ser considerados exercícios físicos?
A maior diferença entre atividades físicas e os movimentos utilizados nesses jogos é a resposta física de cada estímulo. Quando colocamos uma criança para brincar de pega-pega, esconde-esconde, subir em arvores, correr, pular, agachar, entre outras atividades, acabamos exigindo dela um esforço gradativo, que pode variar de acordo com a lógica da atividade. Em muitas situações, ela é obrigada a vencer esses estilos com uma velocidade maior, com uma mudança de direção, diferença de tipos de piso, entre muitas outras situações, o que já não acontece nessa simulação proporcionada pelos videogames, onde o padrão de movimento não estimula com tanta necessidade tais melhoras nas capacidades físicas.
Entretanto, existem muitos benefícios que este tipo de jogo proporciona. O aumento do número de movimentos realizados diariamente para os praticantes deste tipo de game proporciona um aumento significativo no gasto calórico diário, auxiliando, e muito, na luta contra a obesidade, alem de aumentar os níveis de movimentos realizados e diminuir o índice de sedentarismo. Além disso, os jogos exigem um grau de concentração elevado e induz os praticantes a realizarem movimentos que melhoram significativamente a coordenação motora, a memória e consequentemente o repertório motor da criança, ou até mesmo dos adultos praticantes.
É muito importante incentivar a prática de atividades físicas. Substituir os exercícios por jogos eletrônicos não é o caminho certo para solucionar este problema. É muito importante entender que atividades físicas sempre serão práticas esportivas muito mais completas e benéficas ao nosso corpo e nossa saúde. Mas com toda certeza, acrescentar ao dia-a-dia mais uma atividade que disponibilize a necessidade de “mexer o esqueleto” e gastar algumas calorias é com certeza uma ótima ideia.
Fica a dica: utilize a tecnologia sempre a nosso favor. Realizar exercícios é nossa necessidade e acrescentar a tecnologia para aumentar ainda mais nosso repertório de possibilidades de uma vida mais saudável é, com toda certeza, usar a tecnologia a favor da humanidade. Saúde em primeiro lugar.
Laert Braz Junior é formado em Educação Física no Centro Universitário de Araraquara (Uniara) e pós-graduado na Universidade Gama Filho em Atividade Física Adaptada e Saúde. É professor na academia Saúde Activa.
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